Psicologia da justiça

>> terça-feira, setembro 30, 2008


Será que podemos ser tratados com justiça independentemente de nossa vontade?

Aristóteles em Ética a Nicômano, livro 5 nos diz:

“É realmente possível sofrer injustiça voluntariamente ou, ao contrário, sofre-se a injustiça sempre contra a vontade, da mesma forma que toda ação injusta é voluntária? E sempre se sofre a injustiça voluntariamente, ou sempre contra a vontade, ou ora de um modo, ora do outro?”

Pode acontecer, mesmo que nossa vontade busque ou não a justiça por meio do caráter em algo que fazemos para nós.
É difícil definir o agir justamente e fazer uma ação justa. No agir é a nossa disposição interior é que delineia a justiça. É o estado interior, a mente e o coração se harmonizam para atingir o equilíbrio. Aí vemos que existe o sujeito que é justo e aquele que apenas por acaso faz ações justas. A justiça de uma atividade é dependente de quem a origina.
É impossível também ser tratado injustamente de maneira voluntária. Ainda que um agente insano conseguisse persuadir outra pessoa a fazer algo injusto consigo, a justiça da ação dependeria do agente em si, e não de quem sofre os efeitos da ação.
As ações justas ou injustas sempre vão depender de quem as realiza e não das pessoas que sofrem os efeitos.
Pensei nisso hoje. Pensei em agir motivada por um acesso quase incontrolável de emoções destrutivas. Mas nada vai depender de minhas deliberações. A justiça se enraíza no coração. Não tem jeito. A verdadeira justiça nasce da alma. É a sensibilidade, a intuição, o conhecimento interno e externo que formam um bom julgador.

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