Sistema de Cotas

>> terça-feira, abril 14, 2009

"É preciso o auto-reconhecimento, eu devo me sentir negro e devo sentir os efeitos dessa condição numa sociedade, numa cultura. Ela não se sente mais ou menos negra ou parda do que qualquer outro parente seu e de que nunca usou a categoria de parda ou negro em outra situação que não a inscrição para o vestibular”.
Foi o que disse o pró-reitor da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Jorge Cunha justificando o cancelamento da matrícula de uma aluna que passou na cota dedicada a negros.
O edital do vestibular dessa universidade disponibiliza vagas para pardos e negros e não esclarece nenhum outro tipo de seleção como a entrevista que foi feita com a aluna em questão. Perguntaram-na se ela tinha sofrido algum preconceito e se considerava parda. Ela respondeu negativamente as perguntas e perdeu a vaga no curso de pedagogia.
O sistema de cotas é um assunto bastante polêmico que mostra as discrepâncias do ensino no Brasil, além da discussão étnica que embala grandes discursos a favor e contra o sistema implantado.
Entre os argumentos a favor está o nivelamento de possibilidades, excluindo qualquer diferença social entre pardos, negros e brancos, entre os mais abastados e os de renda inferior. Sendo assim, todos teriam igual acesso as cadeiras de uma universidade pública.
A declaração cheia de preconceitos do pró-reitor só revela o insucesso dessa solução. De qualquer maneira, mesmo estando aprovado entre as cotas destinadas a negros, o estudante deverá se sentir inferior pela cor que tem. Deverá sempre figurar como vítima de desigualdade para conquistar uma vaga no ensino superior e assim fortificar a diferença, justamente ela, tão combatida pelo sistema de cotas.

Para esta estratégia vigorar, segundo o Pró-reitor Jorge Cunha, as pessoas de cor devem se sentir negras. E o que é se sentir negro? Verifique-se, portanto, a utilidade desse sistema que se propõe incluir excluindo, porque depende da interpretação dos agentes responsáveis pela eficácia dessa proposta. O sistema de cotas, nesse caso, segrega.

5 comentários:

Anônimo 19/4/09  

realmente essa foi de lascar!!!
e o que fazer com esse sistema ridículo?
acho que o governo deveria dar escola e n escolher quem tem que estudar.
oh democracia do caralho!!!
ass:
Fernando Sousa

Anônimo 19/4/09  

nossa, passei aki e gostei do blog!
garota, quero conhecer vc, pode?
to assíduo aki.
bjs
Luís CArlos

Anônimo 19/4/09  

e se eu n me sinto negra?
caramba, aonde vai parar essa interpretação absurda ...
LAís almeida

Anônimo 19/4/09  

Eu, particularmente,acho que o sistema de cotas é mais uma forma de preconceito. Dá a entender que, por ser negra, a pessoa tem menos chance de passar no vestibular, tem menos inteligência... Cor não define capacidade de ninguém!
Tem muito branco estudando em escola pública e com menos chances do que alguns negros, que estudam nas melhores escolas e ainda vão inscrever-se na cota para negros. OU seja, é tudo muito relativo! Se é para beneficiar um classe, que seja então uma cota para determinada renda: quem vive com até X salários mínimos, é por essa cota; quem vive com mais, vai pela universal...
Ai, ai! Isso é discussão para um livro todo,
amiga!
Beijos***

Fábio França 2/5/09  

Abaixo o sistema de cotas!

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