Borboleta de sete vidas(atualizado)

>> segunda-feira, dezembro 24, 2007

Decidi começar a escrever nesta tarde de 27 de junho de 2007 quando lia o livro “Clarice Lispector Jornalista”. É fato que a leitura me motivou um pouco, mais ainda, por causa de uma pequeninha borboleta de asas cinzentas e delicadas, que morreu bem pertinho de onde eu estava acomodada para ler. Observei aquela cena e logo fui verificar se realmente ela já não vivia, pois estava cercada de formigas que, para transportar o cadáver, faziam movimentos como se a pobre borboleta estivesse ainda tentando sair daquele ataque. Estava morta sim.
Imaginei o quanto este pequeno inseto teria vivido o que conseguiu fazer em sua breve existência, além de ter embelezado por alguns dias o jardim da minha mãe.
Todas as tarde várias borboletas se reúnem no caule da goiabeira do nosso quintal. É como se vivessem em comunidade. Não sei se elas vivem assim. Por vezes parecem ser tão solitárias, tão belas e únicas. Juntas com o bater das asas e trocando de lugares como que numa brincadeira, elas ficam desse modo curtindo os últimos raios de sol da tarde.
As borboletas deveriam ter sete vidas como os felinos. Elas mereceriam porque são menos astutas que os gatos e porque são lindas e frágeis, além de passarem por um processo demorado e doloroso para se tornarem finalmente borboletas.
Gosto de borboletas porque são livres, são leves. Talvez quisesse ser uma apenas por um dia, e que não fosse o último de uma borboleta que depois fosse devorada por formigas gulosas. Mas não saberia voar, teria receio da liberdade e talvez não saísse da primeira flor que eu encontrasse. No entanto lembro que borboletas não pensam. Melhor seria, pois preciso não pensar. Preciso ser leve, preciso voar de verdade. Quero me atirar do andar de cima da minha casa, não para morrer. Quero me atirar para a vida, assim como uma borboleta faz sem ter consciência disso. E as minhas longas asas seriam bastante coloridas de azul, vermelho, amarelo, lilás e verde. Puxa, eu seria uma belíssima borboleta de sete vidas!!

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REPROGRAMAÇÃO EMOCIONAL


O mundo está doente. Somatizamos todos os dias as mazelas globalizadas e as multiplicamos cada vez mais em nossos lares, trabalho, relacionamentos.Não podemos mais escapar dessa angústia coletiva que nos ataca frequentemente ao acordar e nos faz sentir como se a vida não valesse mais à pena e que para vive-la é necessário se deixar influenciar pelo que vem do meio.
Somos invadidos pelo mundo. Somos passivos a essa invasão e, por isso, não conseguimos mais ver, cheirar, ouvir, degustar e sentir de acordo com nossos próprios sentidos. Viramos extensão de algo que desconhecemos a natureza.
O pior disso é que nesse turbilhão de expectativas, ansiedades, medos e stress constantes, desconhecemos a nós mesmos. Quem somos? O que desejamos verdadeiramente? Qual o sentido da nossa existência? O que o próximo significa pra mim?
Os valores estão perdidos nessa imensidão de interesses alheios que maltratam o nosso emocional.
As pessoas são descartáveis. Somos usados e usamos os outros na medida em que precisamos deles, depois disso, tornamo-los sem utilidade alguma. Jogamo-las no lixo. Tenho a impressão de que essa é a pior contribuição com a poluição mundial: jogar a dignidade humana no lixo que virou o mundo.
Mas nessa reflexão pessimista, talvez porque fale um pouco da verdade que acontece, vem à tona uma oportunidade iluminada para tornarmos nossa existência maravilhosa, como realmente ela é. Esquecemos que somos únicos e que fazemos parte de um grande círculo de solidariedade e funções específicas que desempenhamos para o bom funcionamento do universo. Precisamos sim, e muito, dos outros, mas precisamos precisar diferente. A nossa consciência coletiva precisa ser reprogramada de forma que venhamos resgatar a capacidade que temos em nossa natureza de amar, de compreender, tolerar, de perdoar.
Estamos doentes porque não sabemos mais até aonde vai o nosso e o limite dos outros. Esperamos sempre, numa atitude comercial, que recebamos em troca, com juros, aquilo que fizemos de “bom”, no nosso entendimento, ao outro.
Dessa maneira as decepções que se seguem são inevitáveis porque somos todos falíveis e não admitimos isso.
Não somos perfeitos e ninguém o é, e , nem, alcançaremos tal feito.Mas somos dotados de poderes divinos que nos levam ao encontro do bem, a desejar o bem, mesmo que egoisticamente, mas o desejamos e isso é prova de que podemos modificar o arquétipo dessa sociedade de valores instantâneos, pautados na vaidade humana.
A reprogramação emocional precisa acontecer e para isso temos que estar dispostos a aceitar sim os sofrimentos que dela podem advir, porque tudo é colocado à claridade. É difícil encararmos as nossas obscuridades, mas só assim poderemos viver melhor e mais feliz. O pior inimigo do homem é ele próprio. Sendo assim o melhor também é o próprio homem. Vamos nos curar! Podemos fazer isso. Não espere mais do outro. doe-se o quanto puder numa atitude de gratidão a Deus e a tudo o que Ele criou. Vamos reprogramar nossas emoções para o melhor da vida, para o positivo, para a harmonia celestial que envolve o universo no qual estamos inseridos. Perdoe. Esse é o melhor caminho para curar o coração. Ame todos a sua volta, mesmo aqueles que você n ao conhece, porque de alguma forma eles contribuem para que a vida continue nessa busca pelo equilíbrio. Nascemos para ser felizes!

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TER OU NÃO TER NAMORADO? EIS A QUESTÃO

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvens, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moares ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; da ânsia enorme de viajar para a Escócia de avião ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show de Milton Nascimento, bosques, ruas de sonho ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com as margaridas ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
ENLOU-CRESÇA!!! (Drummond)

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